sexta-feira, 24 de agosto de 2012

pra sempre, te amo

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Hoje, há exatos 10 anos, vi minha mãe pela última vez. Ela completaria hoje 49 anos. Fomos visitá-la no hospital onde estava internada a bastante tempo, exibia uma fragilidade, uma apatia triste no rosto que doía em mim. E ela só tinha 39 anos! Com o tempo, quando a partida de alguém que amamos vem aos poucos, criamos várias formas de explicar e convencer a nós mesmos que foi melhor assim, que já era suficiente toda a dor que uma doença causou, e de fato foi. Mas a verdade é que essa perda, vive conosco, carregamos isso dentro do coração, dentro da nossa casa, em nossa vida, esse buraco de saudade e de falta que habita, camufladamente,nossos dias. E é tão injusto, porque vezes por outra, nos deparamos com uma rua sem saída, alguma coisa que simplesmente não podemos fazer sendo só nos três, sempre há alguma coisa que essa falta dela nos deixa num beco sem saída, que realmente não há o que fazer, porque a nossa vida a dez anos é assim, há dez anos nossa vida mudou, somos nós três desde então deparando vezes ou outras com esse muro gigante que não podemos atravessar, tendo que tentar compreender esse fato de novo, fazendo a volta e procurando outro caminho. Isso afeta nós três, sem exceção, não podemos culpar ninguém, olhamos um pro outro e ouvimos meu pai dizer 'Nossa vida é essa...'. E essa é a pior dor, eu sofro por mim, sofro pelo meu pai sem ela, sem essa companhia, sofro pelo meu irmão, que teve ainda menos dela e estamos todos amarrados nessa saudade, nessa especulação sem fim, de tentar visualizar a nossa vida, o presente, nosso dia hoje, se ela estivesse aqui. Nem chegamos a brigar na minha adolescência e me lembrei dessa amizade que sempre a ouvi falar, e só consigo pensar que cada dia preciso mais dela. Parabéns Mãe, onde você estiver, terá sempre meu orgulho e meu amor, infinitos.
De uma coisa tenho certeza, estaríamos felizes hoje!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

into my trap

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Duas pessoas tão próximas e ao mesmo tempo em um clima tão hostil. Em silêncio. Ruminando tantas e tantas coisas não ditas, partilhando apenas o mesmo gosto da mágoa.
E esses dias me lembrei de cinco meses atrás, num momento bem corriqueiro que era pra eu estar distraída com qualquer outra coisa que não isso... me lembrei de mim, chegando com o pavê na mão, quase tropeçando no meu nervosismo, parando bem ao seu lado e fazendo questão de não falar com você. Me lembrei de mim falando com todo mundo, estampando um sorriso no rosto tão fajuto que só transparecia mais o meu pesar. Eu não olhei pra você, estive a ponto de esbarrar em você de tão perto que estive, coloquei o pavê na sua frente e fingi que sua cadeira estava vazia...e então me sentei,ou melhor, desmoronei, no mesmo momento que o fiz, deixei transparecer a mágoa que sentia, como se ter fingido apenas naqueles instantes pra você tivesse exigido muito de mim, quando me sentei então, suspirei e pude te olhar sem que visse que eu o fazia e não me importei que as pessoas percebessem. Você estava chateado, com certeza irritado, mas acho que também sentiu mágoa, o mesmo gosto do sentimento que eu senti enquanto te olhava. Estava inquieto, olhando pro nada lá fora e mesmo sem estar olhando pro seu rosto, posso ver perfeitamente a expressão que exibia. Foi ridículo, eu sei. Foi ridículo da minha parte, ter feito aquilo e ter falado da gente ali,quando as pessoas me repreendiam pela minha atitude sem entender muito bem o por que daquilo, de tanto. Pra mim era tanto, o estado que me sentia, por baixo de todo aquele orgulho, ninguém pode imaginar, depois do mal entendido que houve, sem saber ao certo o que esperar do momento em que nos encontraríamos de novo, imaginando encontrar uma ocasião que me testaria,que exigiria uma frieza sobrenatural que sei que não teria, logo assim tão recente... Estava tudo em falso por dentro,tudo dolorido, fora do lugar, destroçado... pensei na nossa antiga amizade que já não era como antes, pensei em todas as vezes que fiquei a espera de uma retribuição e não tive e conclui então, que o simples fato de nos falarmos era completamente desnecessário e até mesmo, que tornaria aquilo ainda mais difícil pra mim. Reuní o meu orgulho e o meu ressentimento ,toda aquela tristeza e resolvi nem olhar na sua cara. Pode ter sido imaturo e egoísta da minha parte,olhando isoladamente, foi sim, mas sei que você nunca pensou realmente em como me senti e nem poderia. Você gosta de dizer que já estivemos na situação contrária e que mesmo assim você nunca fez o que eu fiz, porém esqueceu de colocar nessa balança a diferença dos nossos sentimentos. E acho que isso explicaria muita coisa, de como eu me senti, sei que o seu orgulho e seu ego só cultivam uma raiva aí dentro por mim, principalmente quando lembra daquele dia, mas talvez um dia você seja capaz de enxergar as coisas como eu vi, sobretudo, como eu senti. De qualquer forma, também, tudo já foi feito e não sei se ainda consigo fazer o que já fiz tantas vezes, não sei se consigo ou devo voltar atrás, durmo e acordo me perguntando isso mas acho que a essa altura tenho que levar isso adiante, preciso seguir em frente com isso até esquecer de tudo! Foi isso que pensei quando não falei com você naquele dia, a atitude de não falar era apenas um incentivo a mim mesma, era como o primeiro passo, uma expectativa que eu mesma criei em mim para me fazer acreditar que dali em diante tudo seria diferente, porque eu havia te tirado completamente da minha vida,eu havia tomado uma atitude e a partir de então eu teria paz, conseguiria viver bem e aos poucos sua imagem se apagaria da minha memória. Deu certo um tempo, depois porém, as coisas prosseguiram como antes, mesmo sem suas fotografias espalhadas pelas minhas coisas, mesmo sem saber da sua vida...as coisas continuam iguais, talvez piores, com as lembranças da nossa amizade, da proximidade em contradição sem fim com o temos hoje e não sei se o que dói mais é lembrar do passado, ou olhar pro hoje, é sempre de lá que surgem as minhas lembranças mais dolorosamente boas indo ate os nossos beijos no seu carro, os 'nao me esquece' e 'eu te amo' ditos no meio disso, que pra sempre vão ficar sem uma explicação certa do que você queria dizer exatamente, e vão guardar pra sempre esse infinito de esperança que está ficando la atrás, naqueles dias. Os meses passam e então eu escrevo sobre nós de novo, nas minhas melhores palavras e expressões, reorganizo a pasta com as nossas fotos,choro e sorrio olhando todas uma por uma, me lembrando de tudo e de repente percebo que nada adiantou. Ouço todo mundo dizer que é pra eu parar com isso, para parar de pensar nisso...e não sei como faço isso, só sei que preciso fazer, de algum jeito. Eu me sinto cada vez mais idiota com cada texto igual que escrevo, me sinto uma idiota porque sei que você esta bem, que está feliz e porque já se passou muuuito tempo, muito tempo daquela época em que eramos próximos e enquanto eu não tenho mais convivência nenhuma com você, tem alguem que esta do seu lado vivendo algo que eu nunca fui capaz de viver e então eu percebo que daqui a pouco o ano vai chegar ao fim e só consigo pensar que não quero estar desse mesmo jeito. No fundo a maior prejudicada fui eu, acabando por cair em uma armadilha que eu mesma criei...pra mim!