sexta-feira, 5 de abril de 2013

quando isso for um "tanto faz"...

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Não há retorno que se faça voltar, não há lugar de regresso. Essa cidade pequena cerca tantas vidas que não se cruzam mais, como linhas perfeitamente paralelas, infinitas a se fazer pra sempre retas sem nunca mais se encontrarem,ou, se maleando, dando suas voltas em sentidos opostos sem nunca se sobrepujarem. Como que pode?! Ele passa na rua dela e ela nunca está por ali, pra que ele ao menos a veja e pense, ou lembre de algo que lhe sobressalte por dentro, por raiva ou outro sentimento fraco. Como num dia a tarde no shopping, a caminho do cinema enquanto ele ia a caminho da saída por um lado ela chegava antecipada, prestes a quebrar aquela atmosfera confortável e distraída, porém, em seu percurso, qualquer coisa indiferente lhe chamou atenção, os segundos tão pequenos, os poucos metros reduzidos voltavam a se distanciar... e a vida se incumbe de distraí-los de alguma forma, de manter suas linhas estranhamente desencontradas novamente. Mas isso eles não sabem, eles não se vêem, nunca mais se viram e parece uma ilusão que eles moram nessa cidade tão pequena, que pisam nas mesma ruas molhadas, que vão ao mesmo cinema, que compram seus livros nas mesmas livrarias, que vêem o mesmo céu, que a mesma chuva que atrapalha os planos dela, também escorra pela janela do quarto dele. Por vezes algum deles duvida que isso seja verdade, mas é a vida que desenha seus caminhos. E talvez, só talvez, algum dia no futuro, quando nem houver resquício de mágoa, de felicidade, de saudade, quando essa distância for mais um 'tanto faz' em suas vidas, eles se vejam e quem sabe até se falem. Só talvez.

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