Tem dias que eu acordo, sentindo falta de você, como se acordasse num quarto vazio de repente, e com o dia passando vou tentando fazer o que devo fazer sem me dispersar, quando percebo, estou inundada de uma falta que vem involuntária e então eu choro sem conseguir parar, olho pra trás tentando me certificar de que foi mesmo aquilo tudo, que foi recíproco, que era tanto, tantas coisas, tantos dias pra hoje não lembrar. E são sim, quatro anos, de dias seguidos, tardes e noites, os primeiros raios da manhã ou os primeiros pingos quando chovia...e nós, nos meus piores dias, na sua melhor época, sendo um pro outro um pedaço enorme dessa melhor parte que um dia nos lembraríamos, sem saber quão longe estaríamos nessa hora, e quão ruim seria quando lembrássemos. Quatro meses se passaram e o quarto vazio sou eu, porque você não voltou e não levou com você quem era comigo, quem eramos nós sem separação, quem fomos na cumplicidade da nossa amizade nas lembranças que de fato existem, nos risos que demos, por causa do outro e os abraços macios ou leves ou apertados, desesperados, de todos os tipos de entrega que já foi abrigo para se afundar. E quanto mais fundo eu volto nessa história,mais eu choro os quatro anos inteiros que estão se desfazendo assim. O que está vazio sou eu agora e só compartilho o orgulho com você, só tenho a saudade e nada. Mas quem sabe então, na próxima vez em que a vida nos fizer cruzar o caminho um do outro em rompante nos fazendo hesitar, você me olhe com os olhos de antes e enxergue o vazio que carrego, o tamanho do espaço que deixou em mim.
"the space between us
starts to feel like we're worlds apart"