Eu fico ali no meu lugar, em silencio te observando, o movimento das suas mãos de homem... Fui fazendo isso tantas vezes sem perceber a fissura, sem perceber que quando chegava em casa, trazia um pouco de você comigo, quando me pegava lembrando dos seus gestos e falas, as vezes com raiva, as vezes admiração... E eu queria juntar algumas coisas para conversar quando estamos só nós dois, mas você me deixa tao nervosa que não consigo pensar em nada direito. E enquanto te observo, eu só consigo pensar que eu adoro esse seu jeito serio, de fingir ser bravo, dos seu sorrisos retidos, reservados a poucos. Gosto da sua carranca naturalmente seria. Mas também gosto de quando você xinga nas suas conversas de homem, em que tento ser totalmente invisível pra que você continue, de quando esta descontraído, dos seus olhares expressivos pra mim, de quando da um riso solto de alguma piada minha, e de te ver fora desse lugar de sempre falando de assuntos comuns e descontraídos. Gosto de quando você é cavalheiro, quando segura a porta aberta esperando que eu passe, quando me ensina qualquer coisa falando baixo, paciente e feliz, gosto desse seu charme simplório, de quem é charmoso sem se dar conta, que chega a ser bonito. Da sua naturalidade de usar as palavras certas. Gosto dos seus sinais de posse de brincadeira, de quando me olha, de quando esta lendo compenetrado apoiado nas mãos, esbanjando um charme sem nem perceber. Gosto quando brinca comigo ou quando me protege, gosto das músicas que toca no seu carro, de quando implica comigo, como naquele dia em que abri a porta da sala de audiência em rompante acertando suas costas sem querer e você disse 'tinha que ser você', discretamente. Eu sempre tive um pé atrás contigo, sempre te achei tão serio, passando por aí alinhado, com o mesmo semblante retesado, a mesma expressão de poucos amigos, de gente que rosna; e muitas vezes você é assim, de dar raiva, tantas vezes foi estúpido sem necessidade, algo que, com o tempo, percebi ser inerente a você, uma característica...ruim, mas sua. Agora, que se passaram tantos meses eu percebo que no fundo você não é tanto como eu pensava, que sua braveza é na maior parte proposital, é sua mascara cotiada a quem te olha de longe e que de perto é uma pessoa agradável, com uma porcentagem estúpida que vai sem querer. E eu gosto de você, e até sinto um gostar recíproco, ainda que com toda a implicância, que também é coisa sua.
E eu só estou falando disso porque esses dias me dei conta que vou sentir sua falta, principalmente dessas coisas boas, da vez que saímos pra tomar um chopp e você estava tão diferente...vou sentir falta das vezes que você me olha e parece ter a mesma idade que eu, vou sentir falta do seu ritual de chegada, tirando as coisas do bolso e dobrando as mangas da camisa até os cotovelos, de te ver sempre. Você bem que podia só mudar de andar...
Lindo texto, acho que até eu vou sentir falta dele! :x
ResponderExcluirhahahahaha obrigaada Tinhaa!
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