Há dias venho me despedindo de você, em minha cabeça já pensei e repensei o que dizer, já ensaiei diversas vezes como te dizer. Venho tentando me afastar aos poucos. E desistindo varias vezes. Toda vez que você vem falar comigo, com esse seu jeito... esse jeito divertido nosso, tudo parece fácil, simples demais. Esqueço a complicação dessa história, a enorme probabilidade de dar tudo errado. Quando estamos juntos, no calor do momento, entre carinho e carícias, olhares e beijos, entre vidros embaçados... eu me abro pra você, me desarmo, me entrego. E não raciocino. E não consigo parar. Mas cada dia que passo sem notícia sua, faz com que eu caia na realidade da situação em que nos colocamos, penso mil coisas que não queria pensar, me sinto sozinha e fico com raiva... enxergo cada possibilidade que existe de dar errado me ameaçar. Sinto que fomos longe demais, alto demais... olho pra baixo e sinto medo de já estar queda livre, de termos estragado tudo. Então te procuro, agoniada pra tentar entender o que houve, sou cínica e dou risada para conversarmos numa boa, finjo que nem liguei pro seu sumiço, que nem dei falta... mas por dentro estou engasgada com o medo e a raiva e não consigo deixar passar. No meio da calmaria, cuspo meu receio na sua cara com sarcasmo. A gente grita, eu grito. E eu pego minhas coisas, minhas roupas espalhadas, faço as malas, bato a porta... E no meio da madrugada me arrependo, volto atrás. Porque não quero outra pessoa, sou teimosa: quero você! Quero desfazer esse clima, bater na sua porta pra gente se acertar a qualquer hora da manhã.
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