terça-feira, 15 de novembro de 2011

no meio de nós...


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E muito tempo vai passar assim como estamos e nem somos mais capazes de calcular esse silêncio, quão distamos estamos, quantas coisas deixamos ficar no meio de nós e nem vemos mais um ao outro, são quilômetros talvez,semanas e meses inteiros,são novas pessoas, novas histórias, são as mudanças que não sabemos, a vida seguindo, a poeira do tempo passando, obstruindo a visão um do outro, é a ponte que nos ligava se partindo, são os caminhos se retorcendo, os caminhos mudando, se distanciando sempre mais. Passo na frente da sua casa e já nem sei se você ainda mora nela, pra mim ainda é a sua casa,mas como posso saber? E depois de todo esse tempo, restarão minhas cartas aí, velhas cartas, e talvez você se lembre delas quando sentir o frio do silêncio que permanece, e talvez você as releia, procurando o alento que aquelas palavras, um dia tão calorosas, te fizeram sentir... e talvez você ainda tenha aquele caderno que era pra eu guardar palavras suas,mas que você nunca escreveu e nunca me devolveu, e talvez em uma dessas tantas vezes que você abre e fecha a gaveta, você pare um instante pra olhar a foto na capa e que você se acostumou o ver ,e você agora olha apenas pra enxergar com clareza aqueles traços conhecidos do qual se lembra e os traços nem são mais exatamente esses,mas nesse rosto agora você vê muitas coisas, uma parte da própria vida que também já passou. 
E enquanto seguimos assim, cada vez menos o que fomos, num dia de manhã bem cedo volto naquele dia,dentro do carro do seu pai,estou sentada do seu lado enquanto você dirige,por incrível que pareça não estou olhando pra você nessa hora, e você pousa uma mão na minha perna com a naturalidade que habita meus sonhos,vira pra mim e me solta um beijo enquanto o sinal ainda está vermelho e nem a distância minima que havia entre o nossos bancos, existia de verdade, nós estávamos próximos demais...ah...
E então volto a realidade,ainda mais distante do que fomos naquele dia e a clareza da lembrança,tão real até me dói e dói ainda mais, porque estou sozinha com ela enquanto o dia começa.

2 comentários:

  1. Um texto tipicamente seu! "Uma parte da própria vida que também já passou", algumas coisas surgem a minha mente sempre que eu leio um texto seu, neste caso ninguém menos que Fernando Pessoa apareceu a minha mente, no seu texto "O Mais é nada", acho que é um dos textos que mais falam para você e acredito para todas as pessoas. A frase que veio a minha mente foi a seguinte: "Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for", acredito que esse é o seu momento chegar ao fim dessa história, finalize, independente do que acontecer. O que passou, você não vai voltar no tempo, logo ande em frente chegue ao fim dessa história que mesmo que o fim dela não seja o dos seus sonhos, você poderá buscar outro sorriso, outro brilho no olhar, outro amor!
    O texto, é bom. Como já disse a sua cara, epifania, simplicidade e muita continuidade, mais até do que eu gosto, mas é seu estilo. Falando sobre sua melancolia, acho que utilizou-a de um modo bem melhor hoje!

    Voltando aos rumos! Seja feliz!

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  2. eu adoooro seus comentarios bicho! E... é um bom conselho também Luiiz queriido *-* Por incrivel que pareça, é o que eu tô tentando fazer,chegar ao fim dessa historia... obrigaada pelas palavras! beijos, volte seeempre :D você sabe que é bem vindo!

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