sábado, 8 de março de 2014

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Acordei fora do prumo, num desses dias em que tudo sai do eixo, quando aquilo no qual  já se está acostumada te causa estranheza, como a minha solidão.  É tudo uma gritaria de silêncios em torno de mim, minha própria companhia não me basta, esse 'precisar de alguém'  reclama, essa falta, esse vazio me importuna. O telefone toca em silencio várias vezes por dia, eu olho de minuto em minuto como quem espera noticias...de quem? Estou sentada sozinha, desse jeito que costumo ficar bem, comigo mesma, mas não hoje! Me viro pro nada e sinto o vazio tão presente, que olho em seus olhos sem rosto e suspiro... eu sinto esse deserto sem fim sentar ao meu lado, soprar em meu ouvido que estou sozinha, estou sozinha, estou sozinha! Estou esperando uma ligação, um afago, um beijo no lábio, estou de braços abertos pro vento, pra um ninguém. Você me pergunta se eu temo que isso seja pra sempre, descreditado e eu te respondo que com certeza sim, mas você afirma,incontroverso que isso não vai me acontecer...claro que não e eu não sei se acredito. Não sei se suporto mais a mim mesma, preciso que alguém bagunce tudo aqui, alguém que tenha tempo pra mim e no meio da correria me faça parar, preciso desse tipo de fôlego,ou alguém que me deixe sem ele, preciso desse calor de abraço, esse cheiro de roupa lavada a me amarrar. Alguém que não me deixe afogar, na própria intensidade.
"A mesa reúne
um copo, uma faca,
e a cama devora
tua solidão."

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